Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Black Friday e o que aprendi com o Nirvana

Fim de ano e a ordem geral do Mestre é que se mande aquecer a economia. Nada mais justo e nada mais necessário. O caminhão dos ovos passa na porta com a promoção de 90 ovos por 10 real. Me controlo e penso, para que tantos ovos? O que farei com toda essa produção?
Procuro me conter. A aposentadoria entre outros benefícios me possibilitou a contenção de gastos. Desfiz-me de todos os ternos. Só restou um velho paletó verde que em ocasiões especiais misturo com uma surrada calça jeans um tanto larga, pois como ando muito a pé também acabei perdendo peso e em contrapartida me livrando de colesterol, triglicerides, etc e principalmente de qualquer plano médico. Qualquer ziquizira me conduz a automedicação e em última instância a um posto de saúde enfrentando as filas naturais como qualquer pobre mortal. Mas, é bom que faço amizades de pelo menos duas horas e prontamente descartáveis no fim do papo.
Na beira da Lagoa, como fez Thoreau, em seu Desobedecendo, não perco também muito tempo com papos profundos, ou que se querem profundos, e me limito a gozação do mundo do futebol, em que todos são especialistas e ninguém é melhor ou mais sábio que ninguém.
Até por aqui, algumas pequenas lojas tentam ensaiar os seus Black Friday com promoções nada tentadoras.
Mas eu caminho livre sem ternos, sem gravatas, sem compromissos urgentes, andando no mundo com minhas próprias pernas. O tempo esfria e pego um casaco velho, velhissimo que até parece ter saído do armário do Kurt Cobain. E vou em frente rumo ao Nirvana... Com pouco dinheiro, mas nadando em felicidade. (Mauricio Figueiredo)

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