Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

TROFÉU VISÃO 2017 - *Carlos Ney

Surpreso, eu me vi indicado para receber esse prêmio. Sou escritor de dois livros (OS 100 CONTOS DE RÉIS e JOGO DE PALAVRAS), que publiquei (pagando) e distribuí (gratuitamente). Fiz porque quis. Devia isso a mim mesmo, depois de escrever crônicas ambientadas em Araruama. Se não as publicasse em forma de livros, permitindo seus voos, elas morreriam como palavras mudas. Mas tinha um sonho, que tentei realizar: chegar, através de um livro, até cada uma das bibliotecas públicas de cada um dos municípios fluminenses. Seria um gesto de carinho para com nossos vizinhos. Não cobrando pela minha obra e sendo ela recheada de paisagens araruamenses, eu me justificava. Para isso, contudo, precisaria do apoio logístico da prefeitura municipal. De que outro modo, senão este, eu conseguiria isso? Por não ser desse modo, o sonho morreu. Depois de quatro meses tentando conseguir, através da Secretaria de Educação do município, a execução do que havia sido prometido pelo prefeito (a distribuição), recebi "ordem de despejo". A funcionária da Biblioteca Municipal de Araruama, pediu que eu as retirasse dali, porque as caixas estavam atrapalhando.Graças ao gesto amigo de outro secretário (que não quero constranger citando o nome) eu consegui transporte para remover as cinco caixas, com cem exemplares em cada uma. A partir daí, com ajuda de amigos, eu fui entregando, de mão em mão, os exemplares. Para não passar a ideia de que que o serviço público municipal, em seu todo, é incompetente ou viciado pelo empreguismo político, conto o caso de uma funcionária da prefeitura de Macuco(RJ). Ela, durante a tarde autógrafos, conversando comigo, fez questão de levar uma caixa (100 livros), para distribuir em outras quatro cidades, além da sua. Por que estou contando isso? Por um motivo principal. Da mesma forma como, por razões apenas minhas, não me vejo como membro de academias de letras (embora respeite os méritos dos que fazem parte delas), não me indicaria para disputar qualquer prêmio literário, muito embora, modestamente confesso, goste daquilo que escrevo. Talvez, caso lance o meu terceiro livro - grande parte das minhas "crônicas inéditas" foi publicada. mensalmente, na revista BPD (um prêmio dado pelo seu diretor, jornalista Marcos Serpa, que eu não canso de agradecer) e compartilhadas aqui, com meus amigos do Face - eu aceite a reverência com que hoje não concordo. 
NOTA - O TROFÉU VISÃO 2017, faz parte da memória cultural da cidade e, assim, merece ser resgatado. Parabéns ao meu amigo Ecy Júnior, idealizador e executor. A simples indicação de meu nome, já me premia.
*Carlos Ney (foto) é jornalista e escritor

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