Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

terça-feira, 16 de agosto de 2016

O abraço de Francisco

Primeiro o abraço, depois o pedido de perdão: em nome de todos os homens, inclusive cristãos, católicos, que cometeram abusos e violências contra mulheres vítimas do submundo da prostituição. Assim o Papa Francisco, na tarde do dia 12, viveu a sua sexta-feira da misericórdia do mês de agosto, neste ano santo extraordinário.

Para o espanto dos condóminos, bateu à porta de um apartamento no bairro romano de Pietralata, onde vivem vinte mulheres literalmente arrancadas da rua pelos voluntários da comunidade Papa João XXIII, fundada em 1968 pelo sacerdote Oreste Benzi. Visivelmente comovido, o Pontífice definiu «testemunhas da ressurreição» aquelas mulheres que conseguiram livrar-se da escravidão para reconstruir uma vida de afetos, de família e de trabalho. Francisco ouviu-as uma por uma, durante mais de uma hora: foi um momento de alegria, em que não faltaram canções e um lanche, mas tratou-se sobretudo uma oportunidade de resgate para procurar reconstruir uma vida digna. O Papa ficou impressionado com as suas histórias: todas sofreram graves violências físicas, torturas, enganos e ameaças, modalidades com as quais os seus perseguidores procuraram cancelar a identidade e a dignidade dessas pessoas. Por medo de retaliações, hoje vivem protegidas. Seis são naturais da Roménia, quatro da Albânia, sete da Nigéria e as outras três da Tunísia, da Itália e da Ucrânia. A idade média é de cerca de trinta anos. E duas delas vivem com os seus filhos. «Num período de férias, quando se torna mais acentuado o sentido da diversão, muitas vezes sem se importar com as regras, Francisco deu um sinal mediante o qual quis restituir a plena dignidade a estas mulheres que padeceram violências, abusos e intimidações da parte do submundo da prostituição», lê-se numa nota do Pontifício conselho para a promoção da nova evangelização cujo presidente, D. Fisichella, acompanhou o Papa nesta visita.

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