Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

terça-feira, 23 de agosto de 2016

As vantagens de se contratar um professor particular - *André Salles



Hoje vou falar de um tema sobre o qual muitas pessoas têm me perguntado, ao longo da minha carreira de aproximadamente 10 anos como professor de Língua Inglesa, e por este motivo, sempre tive imensa vontade de discorrer sobre ele, oferecendo minha visão particular.
Antes de começar, queria ressaltar que, acredito que este seja um assunto difícil de abordar de forma definitiva, já que cada professor deve ter a sua estória pra contar e dicas, sugestões  ou regrinhas serão sempre sugeridas com base na experiência de cada um, por isso quero deixar claro que estou falando a partir da minha experiência.

1 – Atendimento no local (residência, trabalho, etc.)
Talvez a mais importante das razões pelas quais um professor particular é contratado, diz respeito ao fato de que o aluno espera por ou precisa de um atendimento no local e no horário de sua preferência. Acredito que poucos professores atendam na sua própria residência (eu mesmo só conheci dois até hoje, que por acaso foram meus professores, e percebo que esse modelo de trabalho não é o mais escolhido), por isso, posso afirmar que são raros os casos em que o aluno tem que fazer o deslocamento até o professor. Por questões econômicas, ir até o local onde o aluno está é uma vantagem também para o professor, uma vez que aumenta consideravelmente a possibilidade de ele ter seus serviços contratados, por aqueles que esperam poder contar com comodidade e conveniência.

2 – Dedicação exclusiva
Vamos pensar num exemplo de aluno que frequenta uma turma 2 vezes por semana, num curso de inglês, onde existem outros 10, talvez 12 alunos, todos disputando a atenção do professor, e ele tendo que se desdobrar da melhor forma possível, dedicando um pouco mais de atenção aos que precisam, e ao mesmo tempo tentando desafiar os que aprendem mais rapidamente. Numa turma com esta configuração, seria humanamente impossível para um professor atender a todos de forma igualitária, mesmo que ele fosse ultra dedicado e extremamente atencioso, pois sempre haveria uma barreira em relação ao tempo que se passa em sala de aula e o tempo que cada aluno tem para minimamente mostrar o que aprendeu. Matematicamente falando, numa turma de 1 hora, em que houvesse 12 alunos, o tempo de cada aluno (sem contar o do professor) seria de apenas 5 minutos, se fosse distribuído de forma equitativa, mas sabemos que isso não ocorre.
Com um professor particular, obviamente as vantagens são, mais uma vez, enormes neste quesito, pois o tempo passado com o aluno (mesmo as aulas ocorrendo apenas 1 vez por semana) é de total dedicação. Assim, como consequência de um contato mais próximo, o aluno pode se desenvolver mais rápido, tirar dúvidas especificas, e o professor tem melhores condições de conhecer as necessidades e o perfil de aprendizado daquele(a) aluno(a) e assim, explorar a estratégia de ensino que for mais eficiente, podendo até mesmo fazer uso de experimentos, uma vez que há mais liberdade para isso, pois que sua atuação não está restringida ou subordinada à linha pedagógica de nenhuma instituição, e nem ele está sob pressão para que cumpra o calendário letivo, encerrando as aulas num dia pré-determinado, fatores estes que, na minha opinião, contribuem muitíssimo para reduzir a liberdade do professor nas escolhas que faz em sala de aula e minando as chances de contribuir mais para a desenvolvimento de seus alunos.

3 - Não-obrigatoriedade de avaliação formal
Este talvez seja um item polemico, pois muitas pessoas consideram importante que exista uma avaliação formal, o que não significa que um professor particular não pudesse prontamente providenciar uma, se fosse solicitado. Na verdade, quando o cliente é uma empresa, esta é uma exigência comum. Mas, como se sabe, na esmagadora maioria dos casos, os alunos não esperam que um professor particular exija qualquer tipo de avaliação periódica. Alguns dos alunos que já tive, me que confessaram que se sentiam mais aliviados por não estar sendo avaliados, uma vez que eles nunca conseguiam relaxar diante de um teste, e já vi isto acontecer em turmas onde trabalhei, mesmo envolvendo alunos com alto grau de rendimento na sala de aula.   

4 - Aula preparada sob medida
O fato de o professor estar preparado para adotar um livro, não significa que ele terá que usá-lo na totalidade do tempo do curso. Uma vez tendo conhecido melhor o perfil de aprendizado do aluno, o professor pode explorar as possibilidades oferecidas por outras publicações, além de jogos, brincadeiras, flashcards, romances, reportagens, vídeos, programas de TV, seriados, entre outros, que na avaliação do professor serviriam de maneira mais eficiente às necessidades pedagógicas do aluno, sem contar que o aluno também poderia a qualquer tempo, negociar com o professor com qual daqueles itens ele gostaria de trabalhar. Certamente, numa sala de aula tudo isto poderia ser feito, sem nenhuma dificuldade, mas o professor teria que negociar com os alunos, ou até mesmo realizar uma votação, para selecionar o material que tivesse mais aceitação pela maioria do grupo, uma vez que não haveria condições de atender aos gostos e necessidades individuais de cada aluno.

5 – O duração do curso é determinada pelo ritmo de aprendizado do aluno
Num curso regular de uma escola de idiomas, os alunos começam e terminam as aulas seguindo o calendário da instituição, e acredito que para muitos isso seja uma vantagem pois o aluno precisa saber quanto tempo ainda tem pela frente para que possa se planejar (para uma viagem, ou um exame, por exemplo). Mas já fui procurado por alunos que se sentiam “deixados pra trás”, por conta da obrigatoriedade de seguir um calendário formal em um curso. Para estes alunos com um ritmo de aprendizado diferente, aulas particulares acabam sendo a melhor opção, pois o aprendizado acontece no ritmo do aluno, e melhor ainda, conforme o critério do professor, caso haja necessidade pode-se gastar um tempo maior estudando um tópico gramatical ou desenvolvendo uma habilidade (leitura, conversação, pronúncia) uma vez que não há nenhuma obrigatoriedade de se encerrar o ciclo de aprendizado numa data predeterminada.

6 – O aluno pode interromper as aulas e retornar do ponto onde parou
Isso acontece muito com alunos que precisam se ausentar por motivo de férias, ou por uma viagem de trabalho, ou até mesmo por razões de saúde. Nestes casos, sendo possível, é preciso deixar bem claro, como será feito o pagamento das aulas ou se os pagamentos serão suspensos até o retorno das aulas, pois alguns professores cobram pacotes e outros são pagos por aula dada. Na modalidade de pacote, os valores são divididos ao longo do mês, e assim, os pagamentos ocorrem mesmo que os alunos não estejam frequentando o curso (por exemplo, feriados, férias ou recesso de fim de ano).

7 – Mini-aulas
Alguns alunos sentem necessidade de estudar um tema (verbos, phrasal verbs, etc.) de forma aprofundada, num curso regular e de longa duração, ou mesmo desenvolver bem uma habilidade especifica, por exemplo: Fala, Audição, Escrita. Outros, porém, podem estar interessados em estudar por pouco tempo, ou porque já tem algum conhecimento e desejam unicamente rever ou praticar algum ponto gramatical ou habilidade, ou porque não têm tempo para se dedicar ao idioma num curso de longa duração. Nesse caso podem optar por mini-aulas, que podem ser em forma de apresentações, aulas de conversação, exercícios de vocabulário, dinâmicas, etc. A única desvantagem que vejo para o professor, é o fato de que, por passar pouco tempo com o aluno, ele pode demorar um pouco até estar seguro acerca do melhor método de abordagem pedagógica. Mas claro, pode funcionar muito bem. Um bom exemplo deste tipo de aula, seria para aqueles alunos que estão prestes a fazer uma viagem ao exterior e querem aprender algumas expressões ou desenferrujar a conversação.

8 – Pausa para revisão da matéria  a qualquer momento
Por qualquer motivo que o aluno se ausentar (férias, licença médica) ou mesmo depois de passado algum tempo desde o inicio do curso, o professor pode revisar a matéria, a pedido do aluno, ou mesmo espontaneamente. Esta revisão pode acontecer por meio de exercícios ou de testes escritos, e pode consumir algumas aulas, caso ocorra de forma cumulativa. Outra maneira de revisar a matéria, seria incluir algumas pequenas revisões a cada aula, para reciclar o que já foi ensinado. De qualquer das duas maneiras pode funcionar muito bem, o importante aqui é ressaltar a liberdade de negociar com o aluno o que será revisado e de que maneira isso acontecerá.

9 – As aulas podem acontecer em locais pouco usuais
Já ouvi falar de aulas em shopping centers, supermercados, bares, cafés, exposições, ou mesmo andando pela rua, para que assim se possa praticar vocabulário, expressões ou mesmo apenas conversação, enquanto se saboreia uma boa comida, uma cerveja ou um bom café. Ainda não tentei, pois nunca tive nenhum interessado(a), mas confesso que fico muito curioso de experimentar.

10 - Aulas à distância
Já tive alunos que me procuraram e pelo fato de morarem em outro estado ou trabalharem muito, optaram por aula via monitor. Existem dois programas de vídeo conferência que já usei e acho muito bons. Um deles, talvez o mais conhecido, o Skype, funcionou bem no inicio, mas depois começou a se mostrar bem instável. Optei então pelo Zoom (https://zoom.us) de que gostei bastante, e achei bem mais estável que o Skype, por isso é o que recomendo. Uma aula por  video conferência pode funcionar até mesmo com o uso de um livro, sobretudo com a facilidade de digitalização de conteúdo existente hoje, e além disso, os dois programas que citei, possuem opções de compartilhamento de tela, o que torna tudo bem mais fácil.

Bem, é isso pessoal! Espero que tenham gostado do texto e conto com os comentários de vocês ou mesmo críticas.
Abraços,


* André Salles é professor e empreendedor fundador da ARC IDIOMAS, escola especializada em aulas particulares.
Contato: arcidiomas@outlook.com
telefone: (21) 99697-7703

4 comentários:

  1. André, concordo plenamente que aulas particulares são mais proveitosas. Além disso, o aluno tem maior liberdade para sugerir o que quer ou precisa aprender, pedir reforço em algo que tenha mais dificuldade de assimilar e errar à vontade na pronúncia sem ficar constrangido.
    Marcia Arbache

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    Respostas
    1. Márcia, obrigado pelo sua participação. Sim, as dificuldades de um aluno que tem um ritmo de aprendizado diferente, geralmente são minimizadas numa aula particular. Fico feliz que as pessoas tenham mais percepção disso.

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    2. Márcia, obrigado pela sua participação. As dificuldades de um aluno que tem um ritmo de aprendizado diferente, geralmente podem ser minimizadas numa aula particular. Fico feliz que mais e mais pessoas tenham percepção disso. Abraços!!

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