Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Educação ou Morte?

O 7 de Setembro, data comemorativa da Independência do Brasil, tem a singularidade de servir de exemplo para o fato de a liberdade ser uma conquista cotidiana, marcada pela ação de todo um povo em sua opção de viver livremente ou sobre a tutela de algum outro estado.
 De verdade, o processo de independência do Brasil não ocorreu da noite para o dia., Antes do 7 de Setembro, muitos outros acontecimentos contribuíram para o desenrolar da separação do Brasil de Portugal. A Inconfidência Mineira é um desses exemplos, tendo na figura de Tiradentes o herói maior.
Em nosso século XXI, apontado por muitos como a Era do Conhecimento, em constante desenvolvimento científico e tecnológico, a verdadeira Independência ocorre pelo acesso da maioria das pessoas a uma educação de qualidade. Quando isso ocorre apenas em benefício de uns poucos, com a educação confundindo-se, indelevelmente, apenas como uma mercadoria como outra qualquer, esse ideal de povo independente se esvai.
O analfabetismo, ainda alto, embora diminuindo e o baixo nível de nosso ensino público e, em alguns casos, também, na esfera privada, compromete o verdadeiro desenvolvimento do país e a possibilidade da existência de uma economia auto sustentável.
Pelo contrário, o caos educacional (no Rio, uma das maiores universidades privadas do país, a Gama Filho é exemplo dessa crise) faz com que a sociedade brasileira acabe sendo constituída por uma elite escolarizada ao lado de grande massa de cidadãos de segunda classe.
É por isso, que temos déficit elevado de engenheiros, médicos, professores e demais profissões de ponta, essenciais para levar um país para frente. Enquanto postergarmos a prioridade verdadeira que temos de ter com a educação, continuaremos vivendo de medidas paliativas e sem que a essência do problema possa ser resolvida.
Fazer do magistério uma profissão que desperte o interesse de grande parcela de jovens qualificados está longe de se constituir medida corporativista, pois, com  melhor educação para todos, as demais profissões acabam sendo beneficiadas também.
É inaceitável que o rendimento de um único trabalhador dos países adiantados seja, em termos de produtividade, equivalente ao de cinco ou mais trabalhadores brasileiros, dependendo da área, em virtude da baixa escolaridade. Há casos dessa ineficiência ser resultado do simples fato de muitos profissionais não estarem capacitados ao entendimento de uma instrução ou leitura de um manual.
Na Era da Inteligência, o Brasil tem apostado na importação de mão de obra de outros países. Quando alcançamos a população de 200 milhões de habitantes, é vergonhoso que nosso processo educacional não venha sendo capaz de colocar no mercado de trabalho número suficiente de profissionais para preencher as vagas em aberto.
No Ipiranga foi dado o brado de Independência ou Morte. Atualmente, ele significa Educação ou Morte.