Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

O dinheiro do fenômeno



No século passado, muitos regimes foram criados sob a alegação de que havia pessoas ganhando muito dinheiro e outras poucas e acabaram indo a falência ou estagnado economicamente. Não tenho nada contra o Ronaldo Fenômeno e outros. Mas, acho que deveriam ser vistos como artistas "artistas do espetáculo". Pessoas como ele merecem ganhar muito porque são geradoras de muitos e muitos empregos. Outras profissões também deveriam ser valorizadas, mas isso não tem nada a ver com os poucos que conseguem - pelo fruto de seus trabalhos conseguirem um lugar ao sol brasileiro. Nos anos 60, um primeiro ministro inglês resolveu taxar fortemente as grandes fortunas, em especial os artistas. Foi uma debandada de pessoas para o exterior. Há um documentário dos Rolling Stones sobre o assunto. Essa estratégia caolha fez com que a arrecadação de impostos na Inglaterra sofresse um sensível abalo. Eu, de minha parte gostaria de ser o cabelereiro de uma tal moça que gasta R$ 3 milhões no salão...

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Vamos de Fuleco!!!

PARA UM FUTEBOL
FURRECA,
VAMOS DE 
FULECO

sábado, 24 de novembro de 2012

Ministro Joaquim Barbosa e o racismo brasileiro

PRESIDENTE DO STF

É DEFENSOR DA POLÍTICA
DE COTAS RACIAIS NO PAÍS

Mauricio Figueiredo





 Muita gente tem usado a imagem do ministro Joaquim Barbosa (foto) como argumento contra as cotas raciais. É um artifício que apenas enfatiza a discriminação histórica contra nós os negros. Muitos negros no passado foram alçados a condição de capataz e passaram a defender a escravidão (é o velho artifício de gente que luta para salvar a própria pele), mas ao contrário desse pequeno grupo a maioria abominou o estado em que vivia, criando centenas de quilombos por todo o Brasil. O atual presidente do STF há muito escreveu sobre o assunto, mostrando a importância do uso das afirmações afirmativas para o combate ao racismo no Brasil.

O voto do ministro Joaquim em defesa das cotas fala por si só: "O ministro Joaquim Barbosa definiu as ações afirmativas como políticas públicas voltadas à concretização do princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos efeitos perversos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem nacional e de compleição física. "A igualdade deixa de ser simplesmente um princípio jurídico a ser respeitado por todos, e passa a ser um objetivo constitucional a ser alcançado pelo Estado e pela sociedade", ressaltou."

E tão divergente, em muitos pontos,  no episódio do mensalão, o ministro Joaquim Barbosa acompanhou o voto do relator da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186, ministro Ricardo Lewandowski, em defesa da implantação das cotas raciais, afirmando que "sua manifestação foi tão convincente e abrangente que praticamente esgotou o tema. O voto de Vossa Excelência está em sintonia com o que há de mais moderno na literatura sobre o tema", afirmou.

Além disso, o novo presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STF) é autor de vários artigos doutrinários sobre a questão da política de afirmação. Ao dar o seu voto no Supremo sobre o assunto, o ministro Joaquim Barbosa reproduziu parte de um texto que escreveu há mais de 10 anos intitulado "O debate constitucional sobre as ações afirmativas" e fez declarações pontuais para demonstrar o que pensa ser essencial em matéria de discriminação.

"Acho que a discriminação, como componente indissociável do relacionamento entre os seres humanos, reveste-se de uma roupagem competitiva. O que está em jogo aqui é, em certa medida, competição: é o espectro competitivo que germina em todas as sociedades. Quanto mais intensa a discriminação e mais poderosos os mecanismos inerciais que impedem o seu combate, mais ampla se mostra a clivagem entre o discriminador e o discriminado", disse.

Confundir a ascensão do ministro Joaquim Barbosa como exemplo para anular a natureza do sistema de cotas raciais, como forma efetiva de combate ao racismo no Brasil, tem o mesmo significado de achar que basta dar uma bola de futebol a cada criança, jovem ou cidadão negro na expectativa de que surjam novos Pelés e passem a ganhar a admiração de todo mundo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Imperador contrariado manda botar fogo em Roma

Em espetáculo na arena de Roma, a multidão vendo a coragem dos cristãos morrendo queimados em fogueiras ou sem temer leões esfomeados, cantando louvores ao seu Deus, em um gesto de compaixão começa a exigir do imperador Roma a libertação das pessoas que estavam sendo sacrificadas.

Mas, um assessor do imperador, de nome Tigelinus, um de seus principais auxiliares, ao ouvido de Nero aconselhava: "um deus não se curva à multidão". Então Nero ordenou a execução dos cristãos, mas se retirando frustrado do estádio, pois, o espetáculo não foi como queria. "Por que eles cantam felizes na hora da morte?" - indagava o imperador.

A história é contada de forma brilhante pelo escritor polonês Henryk Sienkiewicz, Prêmio Nobel de Literatura em 1905, sendo considerado um dos mais brilhantes escritores da segunda metade do século XIX. A  sua obra mais conhecida é o clássico da literatura também adaptado ao cinema Quo Vadis.

Como ocorre com Nero, também, nós muitas vezes agimos em nossas vidas, sempre prontos para recebermos elogios, especialmente dos amigos. Em hipótese alguma gostamos de ser contrariados. Quando isso ocorre nos sentimos injustiçados ou achamos que a outra pessoa não avalia bem a situação ou não compreende corretamente nosso ponto de vista.

Nessas ocasiões, em atitude tresloucada também tocamos "fogo em Roma", como forma de extravasar nossa ira. No caso de Nero, o registro feito é de que buscava inspiração para mais um poema cantado ao som de sua cítara. Quando o povo se revoltou veio a sugestão de um acólito para que jogasse a culpa nos cristãos. Normalmente é o que ocorre muitas vezes em que as pessoas procuram por um bode expiatório.

O poeta e escritor Petrônio, autor do Satiricon - que foi filmado por Fellini -, era um dos que viviam na corte de Nero e procurava dar a ele um pouco mais de lucidez em sua loucura, evitando com isso muitos desatinos.

Por isso, ao verificar que o imperador tinha se excedido em relação aos cristãos, ele confidencia aos amigos que iria se matar, pois não queria dar ao imperador o gosto de mandar executá-lo pelas críticas que fez ao gesto tresloucado de Nero.

No filme, ao contrário do livro, é inserido um comentário de Nero (interpretado por Peter Ustinov - foto) que bem simboliza a posição dos que não aceitam ser contrariados: "como ele se mata sem a minha autorização".

Mas, logo o imperador se recobra ao ver que o amigo lhe deixara uma carta de despedida, dizendo que se tratava "do amigo, do único de Roma que soube reconhecer devidamente minha arte."  Sienkiewicz escreve de forma magistral a carta atribuída a Petrônio, em que ele começa condenando Nero por todos os assassinatos que lhe abriram caminho para o trono, inclusive o da própria mãe. Em seguida, o acusa pelo incêndio de Roma e por muitos outros crimes.

No entanto, o que deixou Nero ensandecido foi o registro final em que Petrônio escreve que "a morte não era tão má, afinal de contas, já que, por meio dela, pelo menos, se livraria da já insuportável obrigação de vir Nero, achando-se gracioso ao dançar desengonçadamente, recitar versos ridículos e ferir seus ouvidos com um canto que deixava a qualquer um saudoso dos uivos dos cães."
Nero foi tomado de um ataque histérico, pois considerou a carta um deboche, mas que o tornava ainda mais colérico pelo fato de não poder se vigar mais de Petrônio.

O filme traz outra versão também deliciosa. Nela, em sua carta, Petrônio faz um apelo final ao imperador: "Nero, pela nossa amizade, poupa os seus ouvintes: deixa a música e a poesia em paz".

Isso é para enfurecer qualquer um. Por isso, pense bem antes de contrariar um amigo.

Quo Vadis - o filme


Após três anos em campanha, o general Marcus Vinicius (Robert Taylor) retorna à Roma e encontra Lygia (Deborah Kerr), por quem se apaixona. Ela é uma cristã e não quer nenhum envolvimento com um guerreiro, mas apesar de ter sido criada como romana Lygia é a filha adotiva de um general aposentado e, teoricamente, uma refém de Roma. Marcus procura o imperador Nero (Peter Ustinov) para que ela lhe seja dada pelos serviços que ele fez. Lygia se ressente, mas de alguma forma se apaixona por Marcus. Enquanto isso as atrocidades de Nero são cada vez mais ultrajantes. Quando ele queima Roma e culpa os cristãos, Marcus salva Lygia e a família dela. Nero captura os todos os cristãos e os atira aos leões, mas no final Marcus, Lygia e o cristianismo prevalecerão.
 Dirigido por Mervyn LeRoy, o filme é do gênero épico, drama, romance (EUA-1951)