Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

domingo, 18 de março de 2012

Jorge Goulart e a cabeleira do Zezé

O cantor Jorge Goulart, de 86 anos, um dos grandes nomes da chamada "Era do Rádio", na década de 1950, morreu no sábado, 16 de março. Era casado com a cantora Nora Ney, outra grande artista da época. Um de seus grandes sucessos foi a marchinha carnavalesca "Cabeleira do Zezé", composta por João Roberto Kelly e Roberto Faissal.

Na época do politicamente incorreto, Goulart cantava: "Olha a cabeleira do Zezé. Olha a cabeleira do Zezé. Será que ele é? Será que ele é?"

Mas, a grande polêmica não foi, na ocasião, em torno da sexualidade do Zezé, na qual, conforme a canção pairava a dúvida se "será que ele é transviado?" e sim com relação a indação de que "será que ele é Maomé?" - levantada por alguns setores do islamismo.

Embora tendo grandes sucessos no carnaval, Jorge Goulart, também, foi o primeiro cantor a gravar o  clássico “A voz do Morro” ( “eu sou o samba, a voz do morro sou eu mesmo sim senhor, quero mostrar ao mundo que tenho valor, eu sou o rei do terreiro”), de Zé Keti. Foi tamb ém puxador de samba de grandes escolas como a Império Serrano, Imperatriz Leopoldinense e Unidos de Vila Isabel.

Uma época em que não levávamos as coisas tão a sério.

sábado, 17 de março de 2012

Palavrões

Não sei o motivo das pessoas de bem ainda falarem palavrão.
Os palavrões atualmente não chocam mais ninguém. O palavrão
de hoje foi substituído pelo assalto aos cofres públicos, roubalheira
geral, desvio de verbas, impunidade para crimes do colarinho branco,
etc.

Enquanto as elites dilapidam o dinheiro do povo, muitos fazem a
cartase com inocentes ...

sábado, 3 de março de 2012

O Brasil e seus políticos-saúva

"Ou o Brasil acaba com a Saúva ou a Saúva acaba com o Brasil" (Mário de Andrade)

O prefeito do Rio está construindo um hospital na esquina da minha rua. A obra foi idealizada na administração anterior, quando às vésperas das eleições o alcaide derrubou um posto de gasolina, um restaurante e uma igreja evangélica, abrindo espaço no terrenão para a construção do prometido hospital. Vitória garantida e o hospital nunca saiu do papel. Seria o anexo do Paulino Werneck, que cai aos pedaços no bairro da Cacuia no caminho do Cocotá, com falta de equipamentos, de limpeza, de médicos, enfermeiros e tudo o mais.
Paulino Werneck foi um médico nascido em São José do Rio Preto, em Petrópolis, em 1860, que foi o primeiro diretor do atual Souza Aguiar e introdutor do Sistema de Socorro Urgente nas ruas do Rio, que inicialmente foi rejeitado pela população com o argumento de que as ambulâncias causavam pânico.
Já agora o novo hospital é imponente e como um brizolão estrategicamente colocado na esquina de Haroldo Lobo, um antigo compositor brasileiro autor de sucessos como "Tristeza" - Tristeza por favor vai embora, minha alma implora está vendo o seu fim - que os estudantes entoavam em passeatas nos anos de chumbo, referindo-se a ditadura - e Estrada do Galeão, cujo nome já merece ser mudado para um de nossos políticos mortos ou morto-vivo que tanto fizeram para a infelicitação do povo. O hospital é bonito, mas não há garantia de que terá o fundamental, ou seja, pessoal qualificado para fazê-lo funcionar.
O SUS -Sistema Único de Saúde - segundo pesquisa do governo só funciona bem para 2% dos brasileiros. Trata-se de uma pesquisa que qualquer um pode fazer apenas olhando o panorama visto da ponte, sem cobrar nada dos combalidos cofres públicos.
E o governo federal, às vésperas das eleições, constatou que a Cidade Maravilhosa que aniversariou no dia 1° de março - 447 anos - data da sua fundação e que merecia ser feriadão, como já ocorre com o 20 de fevereiro, dia de São Sebastião, o padroeiro da cidade, esqueceu que o Rio é um dos principais aliados e colocou o município e o estado entre os piores do ranking nacional.
O estado já escolado nesse tipo de pesquisa, que em educação nos colocou em penúltimo lugar, só ganhando do frágil Piauí, uma espécie de América Mineiro, hipoteticamente falando como dizia Valdir Amaral, entre os estados, ficou quieto no seu canto.
Já o prefeito do Rio, no calor de 46 graus que assola a cidade, botou a boca no trombone. Com amigos como esses, ninguém precisa de inimigos. O Ministério da Saúde não levou em conta a amizade histórica da presidente Dilma com o governador Cabral e o próprio prefeito de tabela, iniciada na gestão Lula (o governo inesquecível tal qual Rebeca).
O prefeito fez menção a construção de novos hospitais e a melhoria da situação da saúde na cidade. Como testemunha ocular da história, nas minhas caminhadas diárias - receita básica para o combate da obesidade, colesterol, triglicérides, etc - vejo surgir das cinzas o belo hospital da Ilha do Governador, que, espertamente deixou de ser um simples anexo do Paulino Werneck e certamente terá um nome mais pomposo.
Paulino Werneck por sua vez continua entregue às traças.
Já as saúvas da atualidade são alguns - e muitos - maus políticos que sobrevivem diante da paciência do povo que nos os manda pastar em outro lugar.