Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

domingo, 26 de junho de 2011

Educação perde ministro Paulo Renato

 
O grande legado do ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza, que morreu no sábado à noite, aos 65 anos, vítima de enfarte fulminante, foi o de durante o governo Fernando Henrique ter praticamente assegurado a obrigatoriedade da matrícula na rede escola de todas as crianças brasileiras. O salto quantitativo, conforme admitia o próprio ministro, com quem este repórter teve oportunidade de conversar na redação da Folha Dirigida, onde trabalhava, seria o de elevar a qualidade de nosso ensino. Essa difícil meta continua sendo o grande desafio para professores e responsáveis pela educação brasileira. 
 
Formado em economia, Paulo Renato foi ministro da Educação durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1º de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 2002. Ele foi o criador do Enem e do Saeb, cujo objetivo é o de avaliar o desempenho dos estudantes brasileiros. Atuou, também, como gerente de Operações do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, e como secretário da Educação do Estado de São Paulo, entre 1984 e 1986. Ainda na área educacional, foi secretário estadual de Educação de São Paulo, entre 1984 e 1986, no governo Franco Montoro. Já de 1987 a 1991 ocupou o cargo de reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
 
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sábado, 25 de junho de 2011

Educação: uma calça azul e desbotada

                                                                       
Para a leitora Bruna Santos

Houve um tempo em que a escola pública brasileira era movida por quadro negro, apagador e giz. Esse era o máximo da tecnologia educacional. Era o bastante para a formação de excelentes estudantes sob o comando de magistrais professores. Essa era a época em que a escola pública fazia a diferença e pejorativamente, em alguns casos, injustamente, o ensino privado era apelidado de "PPP" (Papai pagou passou).

A rede escolar pública, sobretudo no que hoje entendemos como segundo segmento do nível fundamental (antigo ginasial) e ensino médio (científicou ou clássico), no entanto, era constituída por um pequeno número de estabelecimentos de ensino. Acontece que no Rio de Janeiro e Brasil do século passado, o caminho natural das crianças e jovens das famílias pobres era ao fim do antigo curso primário (quatro a cinco anos de escolaridade) partir para o mercado de trabalho. As vagas do ginasial e científico eram disputadas arduamente por meio de concursos de admissão.

Resultado: os alunos dos colégios públicos estaduais eram, com essa filtragem, de nível elevado. Idem os professores — que por serem em pequeno número — eram altamente selecionados. As antigas escolas normais, comandada pelo Instituto de Educação do Rio de Janeiro eram ilhas de excelência, com a garantia de acesso imediato ao mercado de trabalho ao término do curso. Ou seja, ingressar na escola normal garantia, de imediato, a menina sua vaga na rede de escolas estaduais, como funcionária pública. O Brasil, por sua vez, possuia um elevado número de analfabetos e grande concentração de sua população no campo.

Uma poesia de Drummond de Andrade serve de exemplo desse quadro: "Estou sozinho nessa cidade de dois milhões de habitantes". Hoje o Rio com seu entorno, incluindo a Baixada Fluminense, Niterói, São Gonçalo, etc, forma um conglomerado humano de milhões e milhões de pessoas.

Que esse crescimento vertiginoso das cidades acarretou queda da qualidade de vida é inegável. Por sua vez, o poder público pressionado expandiu desordenadamente a rede de escolas públicas. Houve um período de falta de professores, com o surgimento das professorandas (alunas das escolas normais chamadas a dar aulas sem ainda estarem formadas). As imponentes escolas públicas do passado passaram a se juntar construções de blocos escolares construídos à toque de caixa, sem o cuidado necessário. As escolas passaram a figurar como verdadeiros depósitos de estudantes, iniciando a queda da qualidade do ensino.

Com o golpe militar, várias regalias foram abolidas, sendo a principal delas o acesso direto das alunas das escolas normais ao mercado de trabalho como funcionárias públicas. Estabeleceu-se o concurso para o magistério, com o intuito de recrutar em massa novos professores. A qualidade na formação dos professores foi sensivelmente abalada. A profissão perdeu status e com o passar dos anos, caiu em importância no ranking das profissões preferidas pelos jovens. Verificou-se nos vestibulares que os cursos ligados ao magistério atraiam poucos alunos e entre esses, os de mais baixo rendimento acadêmico.

Hoje, a escola pública — no quadro geral de sucateamento dos serviços públicos — passou a ser a escola dos pobres. As escolas dos "filhos dos outros". A classe média direcionou suas crianças para creches particulares e escolas privadas. Houve uma inversão da pirâmide, em termos qualitativos. Os rankings mostram os pífios resultados da escola pública nos diversos exames de avaliação. Constituiu-se apenas "ilhas" para atendimento de alguns poucos, como são as escolas técnicas, colégios de aplicação e colégio Pedro II.

Nessa desimportância da escola pública, de tabela caíram os salários dos professores. O gestor público — bem ou mal intencionado — vê a escola pública como um grande campo para priorizar outros projetos, deixando de lado a questão da formação de recursos humanos. A aposta começa a ser no instrumental de massa: programa uma tv em cada escola; laptop para alunos e professores (muitos dos quais não sabem como operar equipamentos que em pouco tempo se tornam defasados ou em outros casos a escola não possui estrutura física para receber o material); climatização das salas de aula, antes mesmo de uma ampla revisão dos prédios escolares e de sua infraestrutura; e por fim, a vara de condão do milagre educacional brasileiro: a meritocracia.

O grande problema da escola pública está ligado ao próprio modelo de país que desejamos construir: uma sociedade formada por cidadãos conscientes, produtivos, criativos e com amplo desenvolvimento do pensamento crítico. Ou outra formada por massas humanas aptas a um consumo crescente de bens, mesmo que no fundo não passem de uma calça azul e desbotada apelidada de liberdade.

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domingo, 19 de junho de 2011

Francílio lança chapa de oposição no Sinpro-Rio

Categoria: Sindical
Sinpro-Rio: Francílio forma chapa de oposição
Veja o Manifesto contra o atual presidente do sindicato
18/06/2011 10:22:45
Descontente com os rumos que o atual presidente do Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro (Sinpro-Rio), Wanderley Quedo, vem dando ao sindicato que representa os professores da rede privada do Rio,  o vice-presidente da entidade, Francílio Paes Leme, lançou chapa de oposição para as eleições que ocorrerão em agosto.
Anteriormente, Francílio exerceu, durante vários anos,
 a presidência do sindicato, tendo cedido, posteriormente,
o cargo ao seu vice e atual presidente do sindicato,
Wanderley Quedo, ao qual acusa de ter implantado
um sistema antidemocrático na entidade. Com o apoio
do movimento Articulando Educadores, que conta com
vários dos atuais diretores do sindicato, Francílio afirma
 que "o sindicato precisa voltar a ser um espaço democrático
 que respeite as diversas correntes de opinião"
Manifesto às Professoras e Professores 
do Ensino Privado
QUEM SOMOS NÓS?
Somos membros da atual Diretoria do Sindicato dos
Professores do Município do Rio de Janeiro e Região
(Sinpro-Rio) e, como militantes, nós nos construímos
durante o processo de lutas da nossa entidade nos últimos
30 anos.
Ao abrir este primeiro número do boletim Articulando
Educadores ou ao visitar nosso blog
(www.articulandoeducadores.blogspot.com), você verá
rostos e pequenas biografias de gente que, como você,
não desistiu de lutar. Pessoas que estão nas salas de aula,
nos movimentos sociais, nas associações de classes, nos
organismos estatais de educação, na CUT, na nossa
Confederação (Contee), na Federação de Sinpros do
Estado do Rio (Feteerj)... enfim: no mundo, transformando-o
junto com outras pessoas reais. Estamos no Sinpro-Rio
 porque sabemos do valor estratégico que tem a
educação na construção de um Brasil livre e soberano;
porque entendemos que o sindicato é um espaço
privilegiado de luta pela valorização da nossa profissão;
e porque nós, signatários deste manifesto, construímos,
ao longo dos últimos anos, junto com a categoria, um
Sindicato Forte. No sentido original do termo, somos -
e queremos ser sempre - utópicos, por acreditarmos que
o lugar da felicidade que brota da justiça ainda não existe,
 mas existirá. E cabe a nós construí-lo!
.Votar e ser votado nas eleições do Sinpro-Rio
O movimento Articulando Educadores está divulgando
em seu blog (http://articulandoeducadores.blogspot.com/)
 o calendário eleitoral do Sinpro-Rio. Estamos fazendo-o,
já que o presidente do Sindicato está ocultando-o da categoria,
 pois foi aprovado em reunião de Diretoria realizada em fevereiro.
Como o presidente do Sinpro-Rio, até agora, continua sem fazer
tal divulgação, prestamos novos esclarecimentos às professoras
e professores associados(as).
Procedimentos para poder votar e ser votado nas eleições
de agosto no Sinpro-Rio.
Candidatos: Filiados até 20 de junho de 2010; na categoria,
pelo menos, desde junho de 2009; e em dia com as contribuições
sociais até 20 de junho de 2011.
Eleitor: Filiados até 20 de dezembro de 2010; e em dia com as
contribuições sociais até 20 de junho de 2011.
Formas de regularização de débitos:
- Para quem está atrasado até 18 meses:
Computar o débito correspondente e pagar, dividindo-o em
até seis vezes com cheques ou cartão de crédito. 
- Para quem está atrasado mais que 18 meses: pagar
 R$ 306 (correspondentes aos últimos 18 meses) em até
 seis vezes (6 parcelas de R$ 51) com cheques ou cartão de crédito.
Os possíveis débitos só devem ser quitados no início de junho,
observando a data de 20 de junho de 2011, como prazo final (http://articulandoeducadores.blogspot.com/2011/05/votar-e-ser
-votado-nas-eleicoes-do.html).
Articulando Educadores exige na Justiça direito de resposta
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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Democratização da educação superior na América Latina

Um tema sempre marcante na área da Educação, como superar os desafios da Democratização da educação superior na América Latina será debatido em realizará uma mesa-redonda pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em Educação Superior (Nepes) da Faculdade de Educação  no dia 28 de junho, às 18h, com o  tema "Democratização da educação superior da América Latina: limites e possibilidades". O evento será realizado na Faculdade de Educação, Campus do Gragoatá, Bloco D, sala 318, São Domingos, Niterói.

A mesa contará com a participação de Ana María Ezcurra, da Universidad Nacional de General Sarmiento (Argentina), Dilvo Ristoff, da Universidade Federal de Santa Catarina, Maria de Fátima de Paula, da Universidade Federal Fluminense, e Noberto Lamarra, da Universidad Nacional de Tres de Frebero.

O debate será seguido do lançamento do livro "La democratización de la educatión superior en América Latina. Límites y possibilidades". A obra foi organizada por Maria de Fá


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quinta-feira, 9 de junho de 2011

Servidor público: recado a um amigo

Muita garotada nova que chega ao serviço público, por meio da conquista de sua vaga pelo instrumento democrático do concurso público, quando chega à nova “repartição” precisa tomar cuidado com o assédio das raposas enquistadas no poder, independentemente do governante da ocasião.
Esses empistolados, apadrinhados, apaniguados e beneficiário da falta de profissionalização do serviço público, onde cargos são loteados por meio de artifícios como cargos de confiança, contratos temporários e terceirizações, procuram de imediato assustar o “pato novo”.
Falam de ética, segredo de estado e outras lavagens cerebral, a fim de enquadrar o concursado ao “esquema” reinante, que normalmente significa inoperância, lentidão e asfixia do serviço público.
Cabe ao novo servidor ter consciência plena de seus direitos, sabendo que não é funcionário da presidente da República, do ministro, do senador, do deputado ou de qualquer outra autoridade. Ele é como o nome, diz: SERVIDOR PÚBLICO.
Quem entra no serviço público por meio de concurso não deve temer os “poderosos” de plantão. Os governantes passam e o verdadeiro servidor público permanece.
É obrigação e dever do servidor público concursado se colocar do lado certo.

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