Mauricio Figueiredo

Educação, recursos humanos e o melhor do et cetera

domingo, 18 de dezembro de 2011

Barcelona: aula de bola


Categoria: Esporte

Time de Messi incorpora o velho futebol brasileiro e argentino 
 ‎"Nós brasileiros precisamos aprender a jogar bola como o Barcelona". A frase é do Neymar no fim do jogo no Japão. Ela é sintomática e verdadeira. Um recado para os técnicos e dirigentes cabeça de bagre do futebol brasileiro que vivem priorizando jogadores medíocres em detrimento dos que jogam bola. É o chamado futebol-resultado, futebol-pegada e outros chavões. Caminhamos rumo a um desastre em 2014 se não mudarmos nossa mentalidade.
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Tenho visto alguns jogos do sub-20 e outros de jogadores iniciantes. A garotada e os técnicos adotam os mesmos vícios do futebol dos grandões. Muita marcação, muita violência, muita raça e pouco futebol. O goleiro ou o zagueiro de posse da bola dá chutão para a frente, devolvendo a bola para o adversário. Os técnicos impunemente assistem tudo isso sem qualquer reação...
 
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Brincadeira à parte acho que o Corinthians ou o Vasco se sairiam melhor contra o Barcelona. O problema é que o Santos abandonou o Campeonato Brasileiro e perdeu o ritmo de time competitivo. Ficou olhando o Barcelona dar chocolate...

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Barcelona não é o bicho-papão

Barcelona não é imbatível
e confronto com o Santos
pode provar isso

Equipe espanhola também tem motivos para temer os brasileiros


É inegável que o Barcelona, comandado pelo argentino Messi, seja o time sensação do momento. O toque de bola da equipe chama a atenção de quem gosta de um bom futebol. Mas, também é fato que a equipe espanhola vem jogando junto há muito tempo, permitindo o aperfeiçoamento do conjunto. O futebol brasileiro não fica nada a dever a tudo isso, principalmente, em relação a nossas melhores equipes como o Santos. Nossa maior dificultade tem sido a de reter os principais jogadores. O Santos conseguiu isso com as suas entrelas máximas Neymar e Ganso e também, de certa forma, tem uma base sólida.

O fiasco da Seleção Brasileira de Mano Menezes, na Copa América, pode ter trazido a Ganso e Neymar um maior amadurecimento. Certamente, os dois craques serão mais objetivos na decisão provável com o Barcelona, no domingo dia 18. Trata-se de uma mata-mata e tudo pode ocorrer nos 90 minutos de jogo. Recentemente, o Barcelona ao enfrentar o rival Real Madrid sofreu um certo sufoco no primeiro tempo da partida, com a equipe madrilhenha perdido, no mínimo, duas grandes oportunidades nos pés de sua estrela Cristiano Ronaldo. Isso é o que não poderá ocorrer em relação ao Santos. Certamente, será um jogo em que as oportunidades não poderão ser desperdiçadas.

Quando se fala na maravilha do toque de bola dos jogadores do time espanhol, é preciso se dar um desconto pela excelência do estádios em que a equipe atua. No caso do futebol brasileiro, mesmo nos melhores estádios, o campo é agredido pelo excesso de jogos e montagem de espetáculos fora do âmbito futebolístico, como apresentação de artistas, etc.

Outro fator é que no campeonato espanhol, a anos duas equipes são mantidas na hegemonia: o Real Madrid e o próprio Barcelona. Não há grandes surpresas nesses campeonatos, como também, de certa maneira, ocorre com o italiano e o inglês. Já no Brasil, o nosso longuissimo campeonato é disputado por no mínimo oito times com plenas condições de se sagrarem campeãs antes do início da competição, sem falar em outras que acabam surpreendendo (Figueirense, em 2011).

São estilos diferentes, em termos de experiência futebolística. Se der Santos, não deve ser visto como surpresa, por mais que o futebol do Barcelona venha nos encantando. Antes de tudo seria necessário ver como seria o desempenho de um Barcelona, Real Madrid, Milan, etc, caso participassem de um Campeonato Brasileiro. Ou se fosse o Santos ou outro grande time brasileiro disputando o campeonato espanhol.

Nos anos 60, era comum a excursão de equipes brasileiras a Europa, participando de competições ou amistosos e na ocasião os brasileiros sempre levaram a melhor. O mundo do futebol na atualidade passou a ser gerido pelo aspecto econômico, com as equipes dos maiores centros tendo condições de contratarem os melhores atletas. O Brasil, como a Argentina, ganham por serem duas grandes escolas de futebol. Agora, cabe ao Santos mostrar em que estágio estamos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dr. Sócrates: um craque além da bola

Falar de craques do futebol brasileiro é algo bastante comum e fácil de se fazer. Com cinco títulos de Campeão Mundial, o país é verdadeiro celeiro de craques. Por isso, não é a habilidade futebolística o mais marcante no Dr. Sócrates que o mundo esportivo perdeu no início do domingo, sem ver o seu Corinthians sagrar-se pentacampeão Brasileiro. A lição do doutor está justamente em ter expandido como poucos a sua área de atuação, não só profissional como pessoal. Há pessoas que se confundem com suas profissões e pouco deixam escapar de outras áreas de suas vidas, como pais, filhos, irmãos, amigos, colegas. Mas não o doutor Sócrates, cujo título tanto pode servir para o seu enorme talento no mundo da bola, como pelo seu envolvimento no mundo da Medicina, mas também da Política e da Cidadania. Idealizador da Democracia Corinthiana — em pleno período da ditadura —, ele mostrava a possibilidade de mostrar a seus pares caminhos e conquistas em um ambiente da liberdade. Fora do esquema do politicamente correto viveu sua vida com a máxima intensidade e lutou pela vida com a máxima dignidade. Não se abateu e não se deixou esmorecer. Na roda de uma mesa esportiva ousou apresentar planos para o futuro e falou de projetos que desenvolveria com os amigos Fagner e Zéca Baleiro. Foi muito mais que um craque de futebol. Foi um craque indignado com a situação geral do Brasil e esperançoso de um futuro melhor para todos os brasileiros. (Recado do Repórter)
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